EDUARDO JORGE COSTA MIELKE
ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA E
COMERCIALIZAÇÃO DO XAXIM, Dicksonia
sellowiana, NO ESTADO DO PARANÁ.
Orientador: Prof. Dr. Titular Luiz Vamberto Santana
CURITIBA
2002
i
Ao meu pai, Olaf Mielke pelo exemplo de
profissional em pesquisa científica
Meu reconhecimento
A minha mãe Eliana Mielke... valeu a
pena.
Dedico
A minha esposa Fernanda pelo carinho e
compreensão durante vários momentos e fases da elaboração deste trabalho
Ofereço
ii
Ao Prof.
Dr. Maurício Serra, co - orientador, pelos conselhos, experiência, confiança em
meu trabalho e principalmente incentivo a busca constante dos objetivos.
A
Universidade Federal do Paraná pela oportunidade de realizar este trabalho,
através do Curso de Pós – Graduação em Engenharia Florestal.
Ao Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela concessão da
bolsa, sem o que seria muito difícil a realização do trabalho.
Ao Prof.
Nivaldo Eduardo Rizzi, coordenador do Curso de Pós – Graduação, pela confiança
e incentivo a pesquisa.
Ao Produtor
Sr. Gildo Jesus Ramos pelas importantes informações cedidas sobre trabalho com o xaxim.
Aos vários
Professores e colegas que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento
deste trabalho.
iii
LISTA DE QUADROS E TABELAS
........................................................... vi
RESUMO......................................................................................................
x
ABSTRACT..................................................................................................
xi
1.
INTRODUÇÃO.......................................................................................
01
2. OBJETIVOS............................................................................................
04
3. REVISÃO
DA LITERATURA..................................................................
05
3.1.
POSIÇÃO
SISTEMÁTICA DO XAXIM E DESCRIÇÃO...................... 05
3.2.
BIOLOGIA DO
XAXIM......................................................................... 06
3.3.
OCORRÊNCIA
DO XAXIM ................................................................ 06
3.4.
PRODUTO
FLORESTAL NÃO – MADEIRÁVEL. - PFNM................... 10
3.5.
CONCEITO DE
CADEIA PRODUTIVA............................................... 15
3.6.
CADEIA
PRODUTIVA DO XAXIM....................................................... 19
3.7.
CONCEITO DE
COMERCIALIZAÇÃO................................................ 20
3.7.1.
Margens de
Comercialização.............................................................. 20
3.8.
MACROECONÔMIA
DA ATIVIDADE ................................................ 21
3.8.1. Produto Interno Bruto
- PIB................................................................. 21
4. MATERIAIS E
MÉTODOS.................................................................. 22
4.1.
ÁREA DE
ESTUDO............................................................................ 22
4.2.
DADOS
ANALIZADOS E FONTES.................................................... 23
4.3.
METODOLOGIA................................................................................. 24
Iv
4.5.
ASPECTOS MACROECONÔMICOS DA ATIVIDADE………………….27
5. RESULTADOS E
DISCUSSÕES...........................................................29
5.1. DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS
DE EXTRAÇÃO E FABRIS DOS PRODUTOS DERIVADOS DO XAXIM................................................... 29.
5.2
COMERCIALIZAÇÃO DOS ARTEFATOS DE
XAXIM......................…...30
5.2.1.
Localização
das fábricas e quantificação do volume comercializado de xaxim e no Estado do Paraná.........................................................……30
5.2.2.
Caracterização
da estrutura comercial.(atacado e varejo)..............…… 37
5.2.2.1.
Área
Nativa................................................................................……. 37
5.2.2.2.
Extratores...................................................................................…… 38
5.2.2.3.
Indústria......................................................................................…… 39
5.2.2.4.
Atacadistas.................................................................................…… 40
5.2.2.5.
Varejistas....................................................................................…… 41
5.2.2.6.
Consumidores............................................................................…… 42
5.3.
CANAL DE
COMERCIALIZAÇÃO...................................................…… 44
5.4.
PREÇOS
MÉDIOS DO VASO DE XAXIM.......................................…… 45
5.5.
MARGENS DE
COMERCIALIZAÇÃO.............................................…… 46
5.5.1.
Margem
Bruta..................................................................................…… 46
5.5.2.
Markup de
Comercialização............................................................……
48
v
5.6. ASPECTOS MACROECONÔMICOS DA
ATIVIDADE......................... 48
5.6.1.
Importância
da Atividade aos municípios produtores de xaxim........ 48
5.6.2
Geração de
Emprego........................................................................ 54
5.7. Sustentabilidade da Atividade e Aspectos da
Legislação..................... 55
6.
CONCLUSÕES...................................................................................... 59
7.
ANEXO I –
Legislação.......................................................................... 63
8.
ANEXO II – Lista de
Fotografias.......................................................... 66
9.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA........................................................... 74
Figura 1. Municípios de ocorrência do xaxim,
citados pela literatura
para o Estado do
Paraná............................................................ 08
Figura 2. Atlas da Evolução da Mata Atlântica no
Estado do
Paraná......................................................................................... 09
Figura 3. Localização dos municípios no Estado do
Paraná onde
ocorre a extração de xaxim......................................................... 24
Figura 4. Troncos de
xaxim extraídos da floresta e estocadas
ao ar
livre................................................................................ 66
Figura 5. Corte inicial longitudinal do tronco de
xaxim para a confecção
do
vaso.................................................................................... 66
Figura 6. Retirada das
bordas do vaso (falhas) para padronização
do
tamanho................................................................................ 67
Figura 7. Vaso
recebendo acabamento. Retirada do caule..................... 67
Figura 8. Vaso
recebendo acabamento final. Correção de imperfeições. 68
Figura 9. Vasos de
xaxim armazenados, separados por tipo................... 68
Figura 10. Vasos de
xaxim armazenados, separados por tipo................... 69
Figura 11. Vasos de
xaxim sendo embalados para comercialização......... 69
Figura 12. Palitos de
xaxim estocados para transporte............................. 70
Figura 13. Placas de
xaxim estocadas para transporte............................. 70
vii
Figura 14. Restos de toras não utilizadas à confecção
dos vasos
e que serão usados na produção
do pó...................................... 71
Figura 15. Pó de xaxim
estocado................................................................. 71
Figura 16. Caminhão sendo carregado com pó de
xaxim............................ 72
Figura 17. Corte transversal de um vaso de xaxim ainda
apresentado caule (parte central mais
clara).............................. 72
Figura 18. Operário
retirando o caule do vaso............................................. 73
Figura 19. Caules de
xaxim para uso farmacêutico...................................... 73
viii
Quadro I. Fluxograma da Cadeia produtiva do xaxim no
Estado do
Paraná......................................................................... 37
Quadro II. Canal de Comercialização do Xaxim no Estado do
Paraná....... 44
Tabela I. Municípios de ocorrência do xaxim no Estado
do Paraná por
Meso
Região.
................................................................................. 07
Tabela II. Freqüência de Dicksonia
sellowiana, em áreas de ocorrência
no Estado de Santa Catarina....................................................... 10
Tabela
III: Fórmulas utilizadas no cálculo da Margem Bruta (MB)............... 26
Tabela
IV: Fórmulas utilizadas no cálculo da Markup (Mk).......................... 27
Tabela
V. Quantificação e localização dos estabelecimentos
comerciais e fabris cadastrados no Instituto Ambiental do
Paraná - IAP em
2002................................................................ 32
Tabela VI. Extração mensal
média, em metros lineares, de Xaxim e
número de Fábricas por Município no Estado do
Paraná........ 34
Tabela VII. Extração em metros lineares de xaxim por Município
no
Estado do Paraná. Novembro de 2001.................................. 36
Tabela VIII. Classificação
dos vasos por TIPO............................................ 40
Tabela IX. Preços médios trabalhados ao longo da cadeia
produtiva.
Período de Referência: Janeiro
2002......................................... 45
Tabela X: Margem Bruta da comercialização de vasos de
xaxim............... 47
Tabela XI: Markup da
comercialização do xaxim......................................... 48
ix
Tabela XII. Composição do PIB dos Municípios. Ano: 1998. Valores em
milhões de reais a R$ 1,00............................................................ 49
Tabela
XIII. Receitas Totais dos
municípios geradas pela
comercialização dos artefatos
de xaxim a preços de atacado.
Valores de Janeiro de 2002......................................................... 52
Tabela XIV.
Importância da atividade
exploratória do xaxim no Setor
da Indústria Extrativa e de
Transformação e no PIB e dos
municípios produtores..................................................................... 53
Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo principal de
analisar a cadeia produtiva e comercialização do xaxim (Dicksonia sellowiana) no Estado do Paraná. Apesar de constar na
Lista Oficial de Plantas em Extinção, o xaxim encontra-se em abundância na
região centro – sul sob vegetação de florestas ombrófilas mistas onde
desenvolve-se a atividade exploratória da planta. Os produtos manufaturados a
partir do vegetal são vasos, placas, palitos e pó. Atualmente, há um total de
69 estabelecimentos ligados diretamente a atividade, destes, 39 são fábricas
localizadas em 12 municípios, que manufaturam mensalmente 53.400 metros
lineares do vegetal, gerando um total de R$ 587.400,00 e empregando de 390 a
580 pessoas. Devido aos indícios de seu lento crescimento, contrapondo aos
grandes volumes extraídos dos habitats naturais, como indicado, acredita-se que
em um breve período de tempo haverá falta de matéria-prima no campo, que a
propósito esta sendo sentida pelos fabricantes ou talvez a extinção da atividade
pelo esgotamento de um recurso não renovável. Apesar da existência de
portarias, decretos e ordens de serviço que não são cumpridas, há uma clara
preocupação quanto a sustentabilidade da atividade, ou seja, o aproveitamento
do vegetal para as gerações futuras e também aos possíveis usos e propriedades
que possam vir a ser usadas pelo homem.
xi
This
paper was developed with the purpose of analazing the productive chain of xaxim
(Dicksonia sellowiana) in State of
Paraná. Even though it is the Official Plants Extintion List, its presence is
abundant in the Midde South region under forest vegetation of mixed (ombrófila)
where the apploratory activity of plant, develops. The manufactured products
made from the plant are vases, boards, sticks and ponder. Nowadays there are 69
establishiments directtly linked to the activity, from these 39 are factories
located in the 12 countries that made 53.400 linear meters monthly, generation
a total of R$ 587.400,00 and hiting from 390 to 580 people. Due to the signs of
its slow grouth, in contrast to the huge amount extracted from the natural
habitat, as indicated, it is belived that in a short period of time there will
be shortageof raw material, which is actually being missed by the manufactures
or perhaps the total extintion of the activity though the breakdown of a non –
renewable resource. Despite the existence of Federal laws or State decrets
which are not applied, there is a clear preocupacion as to the sustanitability
of this activity, to the utilization of the vegetal for future generations
through its possible use.
1.
INTRODUÇÃO.
Ao longo da história, as florestas naturais ou plantadas, foram
sempre fontes de várias matérias-primas, de uma considerável representatividade
no cenário econômico, não somente como fornecedora de madeira, mas de outros
produtos, ditos, não – madeiráveis, a saber: látex, resina, óleos, remédios,
produtos ornamentais e dentre eles esta o xaxim (Dicksonia sellowiana, Hook).
A espécie Dicksonia sellowiana é umas das 27 espécies da família
Dicksoniacea. Sendo natural do continente americano, figura como importante
componente característico das florestas ombrófilas mistas do Brasil meridional,
e se apresenta com maior freqüência em áreas com alta densidade de araucária, (Araucaria angustifólia). Em algumas
áreas, esta espécie vegetal é dominante no ambiente terrestre com freqüência
absoluta de 86,67%, formando por vezes agrupamentos impenetráveis, dando assim
uma noção da importância dentro da floresta ombrófila mista (REIS, 2000).
A extração do xaxim para confecção de produtos é uma
atividade econômica muito antiga. Não é possível precisar quem, ou em qual ano
se iniciou, porém, relatos de testemunhas (produtores) referenciam a década de
quarenta (1940-49). Assim, durante muitos anos chegando até os dias de hoje, a
comercialização do xaxim no mercado de plantas ornamentais se tornou fonte de
renda para vários agentes econômicos dentro de um processo produtivo e
comercial. Estes agentes não as vezes produtores especializados,
transportadores, atacadistas e varejistas. A crescente demanda do mercado,
contrasta com o crescimento lento da planta de xaxim, menor que 1m3/ano
(REIS 2000) e cria prognósticos pessimistas para um futuro não muito distante.
Estudos empíricos estimam que a planta leva, uma vez cortada, até 50 anos para
se tornar adulta novamente. As samambaias arborescentes em geral têm
crescimento muito lento, residindo aí, o grande problema para o seu uso
econômico. A possibilidade de rápida extinção deste Produto Florestal
Não-Madeirável - PFMN, sugere preocupações quanto ao desequilíbrio da flora e
da fauna e ainda outras questões ambientais desconhecidas, ou ainda não
discutidas.
O xaxim encontra-se, desde 1992, na “Lista Oficial de Espécies Ameaçadas
de Extinção” sob a Portaria do Ibama, no 06-N, 15/01/92. A sua
retirada das matas para utilização na indústria, ignora quaisquer cuidados com
a sua preservação. Assim, espera-se, a médio prazo, a redução da oferta de
xaxim no mercado, acarretando conseqüências econômicas e sociais, a todos os
participantes da sua cadeia produtiva.
A estrutura do presente trabalho esta composta em nove partes. Na
introdução é apresentado o tema sobre a exploração do xaxim, e em seguida os
objetivos, geral e específico. Nas referências bibliográficas aborda-se os
pontos de discussão ao longo do trabalho, e de como o tema principal do
trabalho será trabalhado e de que forma o mesmo já foi pesquisado.
Posteriormente, materiais e métodos descreve de que forma o trabalho foi
desenvolvido e quais foram as ferramentas utilizadas para que os objetivos
tenham sido alcançados. Os resultados obtidos promovem uma discussão analítica
em cima dos mesmos, tendo as conclusões, como parte final, onde é feita uma
abordagem geral de última análise sobre o trabalho. Para subsidiar as
informações e as discussões do trabalho há os anexos I e II, respectivamente.
Por fim apresentam-se as referências bibliográficas utilizadas na produção
deste trabalho.
2. OBJETIVOS
Os
objetivos desta dissertação estão divididos em geral e específicos:
O
Objetivo principal desta dissertação é caracterizar a cadeia produtiva do xaxim
e comercialização no Estado do Paraná.
Os
Objetivos específicos da mesma constituem em analisar os seguintes aspectos:
a) volume
extraído / produzido;
b) consumo
de matéria – prima pelas indústrias;
c) produção
efetiva;
d) macroeconômicos
– a importância aos municípios produtores
geração de renda e
emprego.
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1
POSIÇÃO SISTEMÁTICA DO XAXIM E DESCRIÇÃO.
De acordo com SEHNEM (1983); SCHULTZ
(1991) ou TRYON & TRYON (1982), citados por REIS, (2000) o xaxim tem a
seguinte posição sistemática.
Divisão - Pterydophyta
Classe - Polypodiopsida
Ordem - Podypodiales
Família - Dicksoniaceae
Gênero - Dicksonia
Espécie - Dicksonia
sellowiana
O
xaxim é um arbusto, de caule ereto simples ou ramificado, com diâmetros
variando de 10 e 120 cm, e altura de 1 a 6 m. Possui partes basais dos pecíolos
persistentes, podendo estar totalmente envolvidos por larga bainha constituída
por raízes adventícias que se entrelaçam. No topo, uma coroa de frondes
bipinadas, de até 2,40m de comprimento; pinumas sésseis, lineares, acuminadas,
até a nervura principal, exceto a pina do ápice, que é de segmentos contínuos,
lanceolados-falcados contráteis quando férteis, soros 4-8 por segmento,
válvulas esféricas FERNANDES (1997)
3.2.
BIOLOGIA DO XAXIM
O vegetal desenvolve-se
preferencialmente no interior da floresta sob a sombra em ambiente úmido (sub
bosque), entretanto encontra-se com relativa freqüência em áreas descampadas,
em borda de matas, beira de estradas e floresta ombrófila densa alto-montana,
onde a vegetação tende a ser de menor porte. Cresce em altitudes que podem
variar desde 60m à 2250m acima do nível do mar (FERNANDES 1997).
Os indivíduos da espécie crescem preferencialmente em
lugares pantanosos nas serras, mas também em encostas serranas e
excepcionalmente em banhados das baixadas. SEHNEM (1983) e SENNA (1996),
evidenciam a freqüência absoluta com valores de até 90% na formação da Floresta
Ombrófila Mista. Em levantamento sobre a distribuição de fetos arborescentes ao
longo de um mosaico sucessional na Colômbia, ARENS & BARACALDO (1998),
observaram que nas pastagens abandonadas há cerca de 20 anos, ocorre um alta
abundância relativa da espécie.
3.3. OCORRÊNCIA DO XAXIM.
O
xaxim é um vegetal de ocorrência bastante ampla nas Américas. De acordo com
TRYON & TRYON (1982), há registros desde o sul do México até o Uruguai, passando
pela América Central, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Paraguai e Brasil.
De acordo com FERNANDES (1997), o
xaxim ocorre no Brasil nas regiões Sudeste e Sul, com maior intensidade nesta
última, provavelmente por influência de fatores climáticos. Caules de maior
diâmetro foram encontrados com maior freqüência em amostras colhidas em áreas
de ocorrência nos Estados da Região Sul. Segundo a mesma autora, o xaxim ocorre
no Estado do Paraná nos Municípios da Tabela I, abaixo.
SANTOS et al. (2000)
afirmam que entre as áreas onde há vegetação remanescente da Mata Atlântica e
das matas de araucária são os locais de desenvolvimento do vegetal e adiciona
outros, além dos municípios citados.
Tabela
I – Municípios de ocorrência do xaxim no Estado do Paraná por Meso Região.
IBGE, 1998.
Meso região: Metropolitana
de Curitiba
Antonina* |
Campina Grande do Sul* |
Campo Largo* |
Curitiba** |
Piraquara* |
Lapa* |
São José dos Pinhais* |
|
Clevelândia** |
Guarapuava* |
Inácio
Martins* |
Palmas* |
Pinhão* |
|
|
|
Imbituva** |
Ipiranga* |
Jaguariaiva* |
Ponta Grossa* |
Terra Boa* |
Bituruna** |
Cruz
Machado** |
General
Carneiro |
Mallet** |
Paula
Freitas** |
São Mateus do Sul* |
União da Vitória** |
|
Jandaia do Sul** |
|
|
|
Fontes:
IBGE, 1998
*-
Municípios citados por Fernandes. Ano: 1997
**
- Municípios citados por Santos et al. Ano: 2000.
A Figura 1, mostra a ocorrência do vegetal de acordo com a
literatura consultada.
Observando o Atlas da Evolução da
Mata Atlântica no Estado do Paraná, Figura
2, percebe-se que as regiões em verde coincidem com a região onde estão
localizadas as fábricas.
Apesar
de dados demográficos (Inventário) serem extremamente escassos, REIS e GOMES
(2000) desenvolveram, no Estado de Santa Catarina, um estudo da estrutura
demográfica em três locais de ocorrência do vegetal. Os resultados resumidos
estão na Tabela II a seguir. A terceira coluna indica o número de indivíduos
com mais de 35 cm de diâmetro na altura do peito (DAP), que no respectivo
trabalho foram medidos a 0,80 m e 1,30 m.
Tabela
II. Freqüência de Dicksonia sellowiana,
em áreas de ocorrência no Estado de Santa Catarina.
Local
de Análise |
Número
total de Indivíduos por Hectare |
Número
total de indivíduos com DAP acima de 35cm inclusive |
Freqüência |
Número
de indivíduos com DAP abaixo de 35cm |
Freqüência |
Três
Barras |
113 |
1 |
0,8% |
112 |
99,2% |
Lages |
238 |
1 |
0,4% |
237 |
99,6% |
Urupema |
1925 |
24 |
1,2% |
1901 |
98,8% |
Fonte:
REIS (2000).
Há
uma clara evidência de escassez de vegetais com as características desejadas. Isto
se deve, de acordo com os próprios extratores, fundamentalmente pela atividade
econômica exploratória. A tabela também aponta a grande variância populacional,
provavelmente pela influência de microclimas específicos e estágio de
desenvolvimento das florestas estudadas REIS (2000).
3.4. PRODUTO FLORESTAL NÃO – MADEIRÁVEL. – PFNM.
Dentro
de uma floresta há inúmeros produtos que dela podem ser retirados. Os produtos
florestais não madeiráveis extraídos das florestas durante séculos serviram de fonte
de renda e alimento para milhares de pessoas que vivem na zona rural em todo o
mundo. O xaxim pode ser classificado como um PFNM. Reconhecendo esta
importância, criou-se a necessidade de classificação destes produtos para que
seu uso torne-se racional, evidenciando a conservação das matas que são as
fontes dos recursos ao desenvolvimento e uso dos produtos florestais não
madeiráveis ou Non-wood forest products
(NWFPs), FAO (1994).
De acordo com WICKENS (1991) citado por SANTOS et all.
(2000), um bem não – madeirável define-se como todo material biológico (que não
madeira roliça de uso industrial e derivados de madeira serrada, placas,
painéis e polpa de madeira) que podem ser extraídos do ecossistema natural, de
plantios manejados, etc., e serem utilizados para o uso doméstico, terem
mercado potencial, ou significância social, cultural ou religiosa.
Uma definição mais simples de PFNM é proposta por BEER
& MODERMOTT (1989), citados por SANTOS et al. (2000) ou seja, seria todo material biológico exceto
madeira. Os bens florestais não madeiráveis possuem diferentes classificações
de acordo com o autor. Tal diferença se evidencia provavelmente pelo
desconhecimento do uso ou possibilidades de uso pelos animais e pelo homem.
CHERKASOV (1998) propõe uma classificação em
três grupos de produtos originários das florestas: madeireiros, não -
madeireiros e recursos especiais, sendo estes assim distribuídos:
1.
Vegetais:
a)
alimentos: frutos
selvagens e cogumelos;
b)
plantas medicinais;
c)
plantas melíferas;
d)
plantas de uso industrial;
e)
forragem.
2.
Vida selvagem:
a)
vertebrados: caça
(pássaros, animais e peixes);
b)
invertebrados.
3.
Conservação Ambiental e
uso social
a)
Conservação Ambiental
-
regulagem climática
-
regulagem e conservação da
água
-
proteção do solo
b)
Uso social
-
Saúde
-
Recreação
O autor não faz nenhuma menção aos bens utilizados para
uso ornamental. Entretanto MOK, citado por SANTOS et al. (2000), em sua
classificação já adiciona os bens não madeiráveis de uso ornamental:
-
Comestíveis: frutas,
sementes, palmitos, sagu, açúcar e especiarias;
-
Medicinais;
-
Materiais estruturais:
fibras, bambus e ratam
-
Químicos: óleos essências,
látex, resinas, gomas, taninos e corantes
-
Plantas ornamentais:
orquídeas e outras.
Porém WICKENS citado por SANTOS et al.
(2000), não faz referencia ao uso ornamental e classifica os produtos não
madeiráveis da floresta em:
·
Alimentos (comestíveis)
para humanos e animais
·
Forragem
·
Combustível
·
Medicinais
·
Bioquímicos
Os usos dos ecossitemas à recreação são
considerados serviços da floresta.
Já BEER, citado por SANTOS et al (2000)
classifica os bens não - madeiráveis da seguinte forma:
·
Alimentos: caça, pesca,
nozes, cogumelos, especiarias, mel e ninho de pássaros
·
Materiais estruturais:
ratam e bambu
·
Químicos: resinas, óleos
essências, gomas, látex, tanino e corantes
·
Ervas medicinais
·
Forragens
·
Combustível: lenha
Segundo a FAO (1997), PFNM são
definidos como bens de subsistência para o consumo humano, industrial e
serviços derivados dos recursos renováveis da biomassa florestal que fomentem o
ingresso de renda e emprego à comunidades rurais. E as próprias forragens
presentes nas florestas compõem também parte destes bens pois alimentam animais
silvestres que são utilizados como caça. Tais produtos são classificados da
seguinte forma:
·
Produtos alimentícios:
plantas silvestres, suas folhas, flores frutos, raízes, sementes, bulbos,
talos, etc. comestíveis para obtenção de cereais, óleos comestíveis, essências,
aromatizantes, edulcorantes, bebidas, tonificantes.
·
Forragens: alimentos para
os animais silvestres, inclusive aves, peixes e insetos.
·
Produtos farmacêuticos:
remédios com uma grande aplicação em diversas áreas da medicina, analgésicos,
loções, purgantes, etc., tanto para o uso humano, como veterinário.
·
Produtos aromáticos: óleos
essenciais para indústria de cosméticos e perfumaria, (o mercado internacional
é muito especializado), incenso.
·
Produtos bioquímicos:
graxas, óleos não comestíveis, ceras, látex, tintas, tanino, produtos
bioquímicos para a indústria de plástico e de revestimento de pinturas
(construção civil).
·
Madeira: para uso
artesanal (artesanato).
·
Produtos ornamentais:
plantas com atrativo estético para comercialização no mercado de flores, etc.
3.5.
CONCEITO DE CADEIA PRODUTIVA
As definições de cadeia produtiva propostas
pela literatura são bastante vastas.
Uma cadeia produtiva é um conjunto produtivo articulado
de atividades integradas, sendo esta uma interação consecutiva às articulações
do mercado, tecnológica e de capital. (CHEVALIER,1978 e SELMANI, 1992)
Segundo
MONFORT (1983), citado SELMANI (1992), o conceito de cadeia produtiva faz
referência a idéia que um produto, bem ou serviço é uma sucessão de operações
efetuadas por diversas unidades interligadas como um todo. Trata-se de uma
corrente que vem desde a extração e manuseio da matéria prima até a
distribuição.
Segundo SELMANI (1992) E também o “Bureau de Informação e
Previsão Econômica” (BIPE) (1987), diz consistir a cadeia produtiva em uma
sucessão de estágios técnicos de produção e de distribuição, que estão
devidamente alinhados com o mercado e com a demanda final, sendo integrados
estes estágios tecnológicos.
Ainda a “Associação Francesa de Normatização” (AFNOR)
(1987), citado por SELMANI (1992), apresenta uma definição diferente de cadeia
produtiva, sendo como um encadeamento de modificações que se submete à matéria
prima em uma via econômica. Este encadeamento vem a ser a exploração da matéria
prima em seu meio ambiente natural e seu retorno à natureza passando pelos
circuitos produtivos, de consumo, de recuperação e de eliminação.
De
acordo com “O Estudo das Cadeias Produtivas do Agronegócio Paranaense”
(Secretaria de Agricultura e Abastecimento - SEAB,1999), cadeia produtiva
compreende o conjunto de agentes econômicos e as relações que se estabelecem
para atender as necessidades dos consumidores por um determinado produto que
tenha uma fase de produção agropecuária ou florestal. Envolve, ainda, os
setores que se encontram “antes da porteira” ou seja, de fornecimento de
insumos, máquinas e equipamentos; os setores ”depois da porteira”, de
industrialização, atacado e varejo; além de todo o aparato tecnológico e
institucional (legal, normativo, regulatório, etc.)
BURNQUIST et al. (1994) enfatizam que o estudo
de uma cadeia de produtos comporta dois aspectos fundamentais:
1) sua
identificação (produtos, itinerários, agentes, operação);
2) a análise dos mecanismos de regulação (estrutura e
funcionamento dos mercados, intervenção do Estado, planificação).
CASTRO
et al. (1996), citado por HOEFLICH (2000), apresentam os seguintes
conceitos:
1. negócio agrícola:
conjunto de operações de produção, processamento, armazenamento, distribuição e
comercialização de insumos e produtos agropecuários e agroflorestais, incluindo
serviços de apoio (assistência técnica, crédito, etc.);
2. cadeias produtivas:
conjunto de componentes interativos, compreendendo os sistemas produtivos
agropecuários e agroflorestais, fornecedores de serviços e insumos, indústrias
de processamento e transformação, distribuição e comercialização, além de
consumidores finais de produtos e subprodutos da cadeia.
Os mesmos autores ilustram uma típica cadeia agropecuária ou
agroflorestal, com seus principais componentes e fluxos. Os componentes mais
comuns da cadeia agropecuária ou agroflorestal são:
·
mercado consumidor, composto pelos indivíduos
que consomem o produto final (e pagam por ele);
·
a rede de atacadistas e de varejistas;
·
a indústria de processamento e/ou transformação
do produto;
·
as propriedades agropecuárias ou agroflorestais,
com seus diversos sistemas produtivos;
·
os fornecedores de insumos para a produção
primária: adubos, defensivos, máquinas, implementos e outros serviços.
Esses
autores explicítam ainda que estes componentes estão relacionados à:
1. um ambiente institucional
(leis, normas, instituições normativas, etc.) ;
2. um ambiente
organizacional (instituições de governo, de crédito, etc., que, em conjunto,
exercem influência sobre os componentes da cadeia.
ZYLBERSZTAJN
(1992) indica que a preocupação e objetivo dos estudos de agribusiness estão
centrados nos aspectos da coordenação das cadeias. Caracterizada como uma
seqüência de operações, cabe a preocupação a respeito de, como estas são
coordenadas. Essa coordenação passa a ter maior importância naquelas cadeias
expostas à competição internacional e especialmente às crescentes pressões dos
consumidores, notoriamente vistos como alvo final dessas cadeias ao qual estas
devem continuamente adaptar-se. Acentua ainda que, à percepção de que existe um
ator de fundamental importância - o consumidor final do produto gerado pela
cadeia - pode ser estendida a percepção de que existem vários atores ao longo
da cadeia que contribuem ou interferem de algum modo na terminação do produto.
Assim, cada ação tecnicamente independente ao longo da cadeia é executada por
um agente especializado que irá relacionar-se diretamente com um ou mais
agentes também ligados à cadeia. O objetivo final é a produção de um bem ou
serviço para o "maestro final", o consumidor, na ponta do consumo
De
outra forma colocado, as cadeias produtivas objetivam suprir o consumidor final
de produtos em qualidade e quantidade compatíveis com as suas necessidades e a
preços competitivos. Por essa razão para CASTRO et al. (1996), citado por
HOEFLICH (2000) é muito forte a influência do consumidor final sobre os demais
componentes da cadeia e é importante conhecer as demandas desse mercado
consumidor para garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva.
A cadeia produtiva do xaxim foi descrita por SANTOS et
al. (2000), com dados de quantidade produzida. Outros estudos referentes
especificamente ao xaxim são desconhecidos ao meio científico.
3.6. CADEIA PRODUTIVA DO
XAXIM.
As publicações sobre o xaxim são escassas. SANTOS et alL.
(2000), caracterizou a cadeia produtiva no Estado do Paraná, que contava com 15
fábricas em 11 municípios, com 8 atacadistas e um grande número impreciso de
varejistas. De acordo com o mesmo autor, estas fábricas eram responsáveis pela extração de 250 mil metros
lineares do vegetal. A exploração do xaxim é sustentada por uma cadeia de
negócios, simples, concentrada (aos níveis de produção e atacado), eficiente e
lucrativa em todos os níveis de sua cadeia produtiva – do proprietário do mato,
onde a planta é retirada, até o comércio varejista representado por casas
agrícolas, floricultoras, supermercados, feiras e tendas de beira de estrada. O
markup total da cadeia é de 1700%, sendo a fábrica e atacado os principais
agentes agregadores de valor, com 300 e 150%, respectivamente. O proprietário da
área de onde extrai-se o vegetal, fica com uma pequena parcela da margem bruta,
não mais que 5%. Já FIIPPINI (2000) aponta 54 fábricas situadas em 14
municípios, porém não identificou em seu trabalho o volume extraído. Estes
últimos dados foram obtidos através do “Projeto Xaxim” promovido pelo Ibama, em
1998, o qual não chegou a ser implantado por parte dos órgãos ambientais.
3.7. CONCEITO DE COMERCIALIZAÇÃO
BRANDT (1980) e MENDES (1994) ressaltam
que, comercialização é o desempenho de todas as atividades necessárias ao
atendimento das necessidades e desejos dos mercados, planejando a
disponibilidades da produção, efetuando transferência de propriedade dos
produtos, promovendo meios para a sua distribuição física e facilitando a
operação de todo o processo de mercado. No caso da cadeia produtiva do xaxim o
estudo da comercialização é um importante instrumento de análise, pois
possibilita identificar os agentes personagens da cadeia assim como de que
forma contribuem ao longo da mesma.
3.7.1. Margens
de Comercialização
Para
MENDES (1994), a Margem (M) de comercialização refere-se à diferença entre
preços a diferentes níveis do sistemas de comercialização. A margem total (Mt)
é a diferença entre o preço pago pelo consumidor e o preço recebido pelo
produtor. Este instrumental é, no presente trabalho um importante componente na
discussão sobre o tema da cadeia produtiva do xaxim.Com ele é possível
compreender o processo de reajuste do preço ao longo da cadeia e principalmente
quem e em quanto o faz.
Além
da margem é utilizado no presente trabalho o Markup (Mk) de comercialização
analisa as diferenças de ganhos em função dos reajustes de preços efetuados ao
longo da cadeia por seus vários agentes.
3.8.
MACROECONOMIA
DA ATIVIDADE
3.8.1 Produto
Interno Bruto –PIB.
O
Produto Interno Bruto – PIB mede o valor monetário da produção global de um
país, num determinado ano, incluindo a produção situada dentro dos limites
geográficos de uma nação.
No presente
trabalho foi comparado o valor monetário da renda gerada com a extração do
xaxim com produto interno bruto de cada município. Desta forma, tem-se a
análise mais apropriada como intuito de verificar a importância da atividade no
cenário econômico municipal e estadual.
4.1. ÁREA DE ESTUDO.
Figura 3. Localização da Área de Estudo.
Localização Municipal das Fábricas de Xaxim no Estado do Paraná
O
presente trabalho foi desenvolvido no Estado do Paraná, na região centro sul
com mostra a Figura 3.
4.2. DADOS ANALIZADOS E FONTES.
Durante o período de
estabelecimento deste estudo foram feitas consultas junto órgãos públicos,
como:
·
Instituto
Ambiental do Paraná – IAP;
·
Secretaria
Estadual do Abastecimento e Agricultura - SEAB;
·
Empresa
Paranaense de Extensão Rural – EMATER;
·
Universidade Federal do Paraná – UFPR.
Neste locais foram obtidos dados preliminares sobre as atividades
com o xaxim no Estado do Paraná. Números sobre volume de extração foram obtidos
na Secretaria Estadual, sendo que a EMATER, através dos escritórios regionais
repassa dados à Secretaria, que os processa. No IAP foram obtidas informações
referentes aos aspectos da legislação da atividade e cadastro dos produtores. E
na Universidade Federal do Paraná foram pesquisadas informações teóricas que
embasaram a parte conceitual do presente trabalho.
Foram também realizadas três visitas às fabricas produtoras de
artefatos de xaxim: maio de 2000, outubro de 2001, janeiro de 2002, com o
objetivo de obter dados preliminares e estabelecimentos de contatos entre os
agentes da cadeia. Estas visitas se fizeram necessárias pelo fato de que não
havia nenhum registro de como funcionava efetivamente a cadeia produtiva, e
principalmente como estava organizada. Vale ressaltar que, em todas as visitas
a campo, houveram dificuldades na realização da pesquisa, principalmente com
relação às fábricas. Para extrair o vegetal das florestas há necessidade de uma
autorização emitida pelo Instituto Ambiental do Paraná, Portaria no
122-p, 19/03/85, e na maioria das vezes, os fabricantes não possuem. Logo obter
as informações confiáveis por vezes não fora fácil.
Dentro da organização deste trabalho, com o intuito de
almejar os objetivos traçados é de extrema importância estabelecer parâmetros
de análise do que pesqui.sar. A caracterização ou prospecção das demandas tecnológicas
traz três vertentes teóricas, a saber: visão sistêmica, visão prospectiva e a
visão de futuro e segmentação.
A visão sistêmica aborda o processo
produtivo ou, antes da porteira, sendo tudo aquilo que ocorre nos limites das
propriedades rurais evidentemente interligados a oferta de produtos. Este
conjunto processos e instituições ligados por objetivos comuns, constituem os
sistemas, sendo o negócio agrícola – agribusiness - no maior
deles. Então é o conjunto de operações, processamento, armazenamento,
distribuição e comercialização de insumos agrícolas e produtos agropecuários e
agroflorestais, incluindo serviços de apoio (assistência técnica, crédito,
etc). Dentro deste contexto as cadeias produtivas inserem os sistemas
produtivos que é o conjunto de componentes interativos que objetiva a
produção de alimentos, fibras, energéticos e outras matérias-primas de origem
animal e vegetal. Numa cadeia produtiva há várias transações entre seus agentes
que a compõe que é denominado fluxo de capital que vem do consumidor final à
origem (fornecedor de insumos) Os sistemas produtivos são compenentes da cdeia
produtiva e visam essecialmente, maximizar produção biológica e /ou econômica,
minimizar custos, atingindo padrões de qualidade adequados, proporcionando a
sustentabilidade ao próprio sistema e garantindo competitividade do produto. A
aplicação do enfoque sistêmico na caracterização tecnológica é fundamentada na
utilização dos conceitos de sistemas e das suas ferramentas de análise à
caracterização de demandas.
A proposta metodológica de análise
no presente trabalho vem da junção de duas propostas, tanto da prospecção dos
sistemas naturais, como a prospecção de cadeias produtivas propriamente dita.
Tal mescla se dá em função do produto e da fonte de matéria prima que fora
analisada.
De acordo com o Manual Metodológico de Prospecção de
Demandas Tecnológicas (EMBRAPA, 1995), ainda haveria uma terceira metodologia a
de caracterização de sistemas produtivos, que veio a ser abordada no presente
trabalho.
A análise da cadeia produtiva do
xaxim se deu por uma interação destas três propostas metodológicas, entretanto
de uma forma amena, visto os objetivos do trabalho não se dirigirem para
análises mais detalhistas.
4.4
MARGENS DE COMERCIALIZAÇÃO
Para
MENDES (1994), a Margem (M) de comercialização refere-se à diferença entre
preços a diferentes níveis do sistemas de comercialização. A margem total (Mt)
é a diferença entre o preço pago pelo consumidor e o preço recebido pelo
produtor.
4.4.1 Margem Bruta (MB)
A
MB de comercialização é mensurada pela diferença de preços nos diferentes
agentes que participam do processo de comercialização. Assim tem-se:
Tabela
III: Fórmulas utilizadas no cálculo da Margem Bruta (MB).
Margem |
Valor Absoluto |
Valor relativo |
Total
(Mt) |
Pv – Pp
|
[(Pv
– Pp) / Pv] 100 |
Fábrica
(Mf) |
Pf – Pp |
[(Pf – Pp) / Pv] 100 |
Atacado
(Ma) |
Pa
– Pf |
[(Pa
– Pf) / Pv] 100 |
Varejo (Mv) |
Pv – Pa |
[(Pv
– Pa) / Pv] 100 |
Fonte:
MENDES (1994), pág. 57.
Sendo
que:
Pv
= preço a nível de varejo, ou seja, preço pago pelo consumidor
Pf
= preço a nível fábrica, ou seja preço de venda ao atacadista
Pa
= preço a nível de atacadista, ou seja, preço de venda do atacadista
Pp
= preço recebido pelo proprietário (área nativa)
4.4.2. Markup de Comercialização. (Mk)
Para a conceituação do markup, MENDES (1994) apresenta da forma
simples, o seguinte: “O Markup (Mk) é a diferença entre o preço de venda e o
preço de compra (ou de custo). Em termos absolutos, markup é igual à margem.
Em
termos relativos mostra o percentual de aumento entre os preços de venda e de
compra, relativamente ao preço de compra, ou entre o preço de venda e o custo
de produção, relativamente ao custo de produção, como mostra abaixo.
Tabela
IV: Fórmulas utilizadas no cálculo da Markup (Mk).
Markup |
Valor Absoluto |
Valor relativo |
Total
(Mt) |
Pv – Pp
|
[(Pv
– Pp) / Pp] 100 |
Fábrica
(Mf) |
Pf – Pp |
[(Pf – Pp) / Pp] 100 |
Atacado
(Ma) |
Pa
– Pp |
[(Pa
– Pp) / Pp] 100 |
Varejo
(Mv) |
Pv
– Pa |
[(Pv
– Pa) / Pa] 100 |
Fonte:
MENDES (1994), pág. 58.
4.6.
ASPECTOS MACROECONÔMICOS DA ATIVIDADE.
4.6.1. Importância
da Atividade aos municípios produtores de xaxim
Para
elaboração deste item foram comparado as receitas geradas pela atividade por município
com os respectivos valores reais do Produto Interno Bruto – PIB. O PIB, ou
Produto Interno Bruto, é a medida do valor monetário da produção de bens e
serviços finais realizada por uma nação (no caso específico, por um município)
por um determinado período de tempo. (PARKIN 1996).
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1.
DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE EXTRAÇÃO, FABRIS E
DOS PRODUTOS DERIVADOS DO XAXIM
O
processo de produção de artefatos de xaxim inicia-se na extração ou corte da planta,
em seu habitat natural. O transporte é feito por caminhões às fábricas onde as
toras são estocadas ao ar livre (Fig. 3). 1
Na
fábrica o processo de confecção dos vasos propriamente dito inicia-se com o corte
das toras com serras – fita em formato cilíndrico padrão de vaso de acordo com
a classificação por tipo (Figs 4 e 5). Após este processo o vaso vai para o
acabamento e retirada do caule (Figs 6 e 7), ficando estocado por tipo
(classificação de acordo com as dimensões do vaso), em ambiente coberto e úmido
(Figs 8 e 9). Depois de embalado com plástico e etiquetado esta pronto para
comercialização (Fig. 10). Além disto o material é aproveitado para confecção
na forma de palitos (Fig. 11) ou ainda placas (Fig. 12). As sobras (Fig. 13) ou
raspas viram o pó de xaxim, utilizado como fertilizante orgânico em empresas
especializadas em paisagismo (Fig. 14). No caso específico do pó, normalmente
ele é revendido a granel (Fig 15) e embalado em sacos de 10, 25 e 50kg.
Portanto, vasos, estacas, placas e pó são os produtos comerciais obtidos a
partir do xaxim.
1 Todas as Figuras, de 3 a 18 estão relacionadas no Anexo II.
Na
confecção dos vasos – principal produto
- o tronco é cortado transversalmente a cada 15 a 20 cm, e dessas peças, de
diferentes diâmetros, é retirado o miolo, obtendo-se assim o formato final do
vaso. De uma planta com 2 metros de tronco são fabricados, aproximadamente,
oito vasos e mais uma quantidade variável de estacas, placas e pó.
Além dos produtos convencionais citados, há dentro do processo
artesanal a opção cada vez mais crescente do uso farmacêutico do vegetal, sendo
retirado do vaso o miolo (subproduto) do xaxim (Figs 16 e 17), como matéria
prima para manipulação de produtos alimentícios: biscoito e suco, e
farmacêuticos (Fig 18): xarope, cápsulas, elixir e chá.
De acordo com o Laboratório de Manipulação e Biofarma em Ponta
Grossa , Paraná, através de um parecer técnico científico emitido pelo Dr.
Fauzi Yassin (CRM 9-1314), os produtos compostos por Dicksonia, apresentaram
reações positivas a várias doenças do sistema respiratório em voluntários, não
apresentando efeitos colaterais.
5.2.
COMERCIALIZAÇÃO DOS ARTEFATOS DE XAXIM
5.2.1 Localização
das fábricas e quantificação do volume comercializado de xaxim e no Estado do
Paraná.
As fábricas em atividade no Estado do Paraná localizam-se na
região centro - sul do Estado conforme a Fig.3.
Estas unidades manufaturam
mensalmente 53.400 metros lineares, provenientes da extração e corte.
Considerando que cada planta possua 2 metros de altura mínima para
corte, há uma extração de 26.700 plantas por mês. As indústrias consultadas
estimam que 20% do xaxim comercializado é proveniente do corte parcial das
plantas e os 80% restante da extração total da planta. Neste último caso, são
produtos retirados geralmente de áreas de destoca, em preparo para implantação
de lavouras.
Toda comercialização legal do xaxim é acompanhada de nota fiscal
que contém um carimbo emitido pelo Instituto Ambiental do Paraná, dentro do
Sistema Estadual de Reposição Florestal Obrigatória – SERFLOR, onde consta o
nome da empresa, seu número de registro, e os seguintes dizeres: “Os
produtos/subprodutos provenientes do Estado do Paraná, oriundos de matéria
prima florestal já transformada discriminados na presente nota fiscal, estão
liberados para transporte de acordo com o Decreto Estadual 1940/96 – PR. ”De
acordo com o Instituto Ambiental do Paraná – IAP, através de seus 3 escritórios
regionais localizados nos municípios de Antonina, Curitiba e Pinhão, há
cadastradas no Estado do Paraná, 54 empresas que possuem licença de
comercialização dos artefatos de xaxim, dentre elas estão relacionadas
fábricas, pontos de revenda e atacadistas que trabalham ou não exclusivamente
com o xaxim. A Tabela V apresenta o número de estabelecimentos comerciais e
fabris por município cadastradas no IAP em 2002.
Tabela V. Quantificação e localização dos estabelecimentos
comerciais e fabris cadastrados no Instituto Ambiental do Paraná - IAP em 2002.
Município
|
Número de estabelecimentos |
Antonina |
2 |
Bituruna |
10 |
Cascavel |
1 |
Clevelândia |
7 |
Colombo |
1 |
Curitiba |
11 |
Fernandes Pinheiro |
1 |
General Carneiro |
10 |
Guarapuava |
1 |
Inácio Martins |
4 |
Jandaia do Sul |
1 |
Palmas |
1 |
Paula Freitas |
1 |
Pinhão |
7 |
Porto Vitória |
7 |
São João do Triunfo |
1 |
São José dos Pinhais |
1 |
Tijucas do Sul |
1 |
Turvo |
1 |
Total |
69 |
Fonte: Instituto Ambiental do Paraná - IAP .Ano 2002.
O número de estabelecimentos é superior devido ao fato de
que, na maior parte das vezes as fábricas e escritórios de comercialização não
se situam no mesmo local. Em alguns casos um mesmo indivíduo é proprietário de
mais de uma fábrica em municípios diferentes. O cadastro dos componentes da
Tabela III não foi divulgado através do presente trabalho por não ser seu
objetivo principal.
Duas
fontes de informação sobre quantidade extraída são aqui citadas. A primeira
fonte de informação é dos fabricantes do setor, e a segunda das fábricas ou
unidades produtoras de artefatos de xaxim. Da primeira fonte se extrai os dados
da Tabela VI que se referem à extração média mensal, em metros lineares. Embora
sejam dados coletados diretamente, houve acesso a notas fiscais e outros
documentos de comercialização. Entretanto, tais dados não estão presentes no
trabalho mas, a sua confiabilidade é assegurada pelos inúmeros fontes e
consultas realizadas e, o posterior cruzamento e comparação das informações
obtidas.
Tabela VI. Extração mensal
média, em metros lineares, de Xaxim e número de Fábricas por Município no
Estado do Paraná.
Municípios
|
Número
de Fábricas |
Produção/mensal
total (Metros
lineares) |
Total Acumulado
|
BITURUNA |
4 |
6.800 |
6.800 |
CLEVELANDIA |
5 |
9.200 |
16.000 |
CRUZ
MACHADO |
3 |
4.500 |
20.500 |
GENERAL
CARNEIRO |
3 |
4.000 |
24.500 |
INÁCIO
MARTINS |
3 |
4.200 |
28.700 |
MALLET |
2 |
1.500 |
30.200 |
PALMAS |
3 |
3.800 |
34.000 |
PAULA
FREITAS |
3 |
3.300 |
37.300 |
PINHÃO |
4 |
4.700 |
42.000 |
PORTO
VITÓRIA |
3 |
3.800 |
45.800 |
SÃO
MATEUS |
2 |
2.000 |
47.800 |
UNIÃO
DA VITÓRIA |
4 |
5.600 |
53.400 |
TOTAL |
39 |
53.400 |
|
Fonte: Consulta direta com os fabricantes e atacadistas. Pesquisa de
campo: janeiro 2002.
Apesar da ocorrência do vegetal em vários municípios, sua
exploração comercial se dá nos mesmos apresentados pela Tabela IV. Observando a
mesma constata-se uma diferença significativa dos volumes extraídos. Isto se
deve a restritamente a questões ligadas a oferta de matéria prima nas matas.
Claro esta que, cada município apresenta uma realidade diferente no que tange
suas reservas de mata onde ocorre o xaxim porém esta mensuração não foi o
objetivo do trabalho.
A
segunda delas é fornecida pelo DERAL – Departamento de Economia Rural da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, que coleta
anualmente dados de produção (ou extração) junto às Prefeituras Municipais,
escritórios locais da EMATER e outras instituições regionais. Além do xaxim, o
Departamento de Economia Rural - DERAL, da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento – SEAB, acompanha os dados de produção e comercialização de mais
460 produtos agropecuários e florestais. No caso específico do xaxim, os dados são
fornecidos pelos municípios onde ocorre a colheita ou extração da planta e não
há informações referentes à transformação da planta em artefatos.
A Tabela VII apresenta
dados referentes à extração no Estado do Paraná provenientes da Departamento de
Economia Rural - Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento
(DERAL/SEAB) (2000).
Tabela VII. Extração em metros lineares de xaxim por Município no
Estado do Paraná. Novembro de 2001.
Municípios
|
Produção/mensal
total (Metros
lineares) |
Total Acumulado
|
CLEVELANDIA |
- |
- |
GENERAL CARNEIRO |
9.000 |
9.000 |
PINHÃO |
- |
|
BITURUNA |
18.000 |
27.000 |
UNIÃO DA VITÓRIA |
10.000 |
37.000 |
JANDAIA DO SUL |
- |
|
CRUZ MACHADO |
18.000 |
55.000 |
PORTO VITÓRIA |
8.000 |
63.000 |
INÁCIO MARTINS |
72.000 |
135.000 |
SÃO MATEUS |
17.500 |
152.500 |
MALLET |
3.600 |
156.100 |
PAULA FREITAS |
8.700 |
164.800 |
TOTAL |
164.800 |
|
Fonte: DERAL/SEAB. Novembro de 2001.
Como se pode notar, os dados das tabelas IV e V, assim como os
municípios produtores de xaxim não são os mesmos. Isto se dá devido a dois
aspectos: a) o município onde se extrai
nem sempre é o mesmo onde se localizam as indústrias de transformação. b) ilegalidade
de grande parte da extração ou corte e falta de controle oficial.
5.2.2. Caracterização
da estrutura comercial, (atacado e varejo).
A estrutura comercial do xaxim é representada pelo fluxograma
abaixo:
Quadro
I. Fluxograma da Cadeia produtiva do xaxim no Estado do Paraná
Extratores
Indústria
Fonte:
Pesquisa a campo, janeiro de 2002.
5.2.2.1. Área Florestal
Natural.
A mata natural (Floresta Ombrófila Mista e das Araucárias) é o
habitat natural da planta de xaxim. Quando o proprietário decide vende-lo,
dentro da mata ou em área recém desmatada - por ocasião da destoca - a
transação comercial é realizada diretamente com extratores, que podem ser
independentes ou que estejam à serviço das industrias. O valor da venda
baseia-se na densidade ou quantidade de plantas existentes na área a ser
explorada (ex: no estimado de plantas X hectares a serem
explorados). Portanto, a unidade utilizada nessa transação entre o proprietário
(vendedor) e o extrator (comprador) é, geralmente, o volume por hectare. Os
extratores, ou fabricantes não são proprietários das áreas de extração.
Entretanto, comprador tem como parâmetro de negociação, o metro cúbico de xaxim
- unidade pela qual será remunerado na indústria. Assim, na hora de negociar o preço, o comprador sabe que um
hectare com, por exemplo, 1.000 toras, com altura média de 2 metros, poderá lhe
render aproximadamente 200 metros cúbicos de troncos que, uma vez entregues na
indústria, valerão cerca de R$ 25,00/m3 em 1 há.
A
área total da Mata das Araucárias na áreas de interesse, no Estado do Paraná,
de acordo com SANQUETTA (2000) – Diagnóstico Florestal do Estado do Paraná
(FUPEF) é de 243.087 hectares, porém dados populacionais não estão disponíveis
e também suas mensurações não foram os objetivos do presente trabalho.
Observando o Atlas da Evolução da Mata Atlântica no Estado do Paraná (Figura
2) percebe-se a presença ainda de
vegetação nas áreas de localização dos municípios onde estão as fábricas de
xaxim.
5.2.2.2. Extratores.
Uma
vez negociada a área de onde o xaxim será extraído, a retirada é feita pelo
corte parcial (na base do tronco) ou pela extração total da planta. O extrator
pode ser independente e, nesse caso, também faz por sua conta o transporte do
produto até a indústria. Mas também pode ser funcionário ou mão-de-obra
contratada temporariamente à serviço da indústria. Na grande maioria dos casos
a extração é realizada por funcionários próprios e em qualquer dos casos, os
troncos são entregues à fábrica de artefatos de xaxim.
5.2.2.3. Indústria.
Normalmente
composta de um galpão, sem máquinas especiais e utilizando principalmente
mão-de-obra masculina, a indústria ou a fábrica – como é mais conhecida - é o
local de confecção artesanal dos vasos, estacas, placas e pó de xaxim, usados
no mercado de plantas ornamentais. Aqui, o vaso é o principal produto e, por
isso mesmo, passa a ser a nova unidade de comercialização (cada metro cúbico de
tronco – em média 10 metros lineares – deverá ser transformado em 50 vasos de
xaxim. Estacas, placas, palitos e pó de xaxim serão subprodutos.
O
produto vaso é vendido em unidades ao consumidor final, possuindo
classificação quanto à formatos e tamanhos em relação à produção da fábrica
(ver Tabela VI de tipos de vasos). Para que se evitem perdas no processo
produtivo, a comercialização do produto é feita em vários formatos de vaso que
são confeccionados de acordo com a demanda e a maximização de matéria prima,
além dos demais produtos do xaxim que seriam as placas e o pó de xaxim. A
classificação é feita da seguinte forma, a saber: tamanhos
A,B,C,D,E,F,G,H,I,J,K e L; distribuídos nas seguintes porcentagens de
quantidade vendida: 40% para os tamanhos D,E e F; 35% para A,J,K, e L e; 25%
para B, G, H, e I. A Tabela VIII abaixo mostra as dimensões dos vasos.
Tabela VIII. Classificação
dos vasos por TIPO.
TAMANHO |
ALTURA (cm) |
DIÂMETRO (cm) |
A |
16 |
16 |
B |
16 |
21 |
C |
22 |
22 |
D |
10 |
18 |
E |
12 |
17 |
F |
12 |
22 |
G
|
14 |
20 |
H |
12 |
23 |
I |
17 |
25 |
J |
15 |
30 |
K |
22 |
32 |
L |
10 |
8 |
Fonte: Pesquisa de campo,
janeiro de 2002.
5.2.2.4. Atacadistas.
Existem
oito empresas atacadistas no Paraná, que adquirem 95% do produto das fábricas
(Tabela 3) e o revendem diretamente aos consumidores ou aos varejistas. Apesar
dos artefatos de xaxim não apresentarem grau de diferenciação, o mercado pode
ser considerado oligopolístico, pois há um pequeno número de empresas, com uma
certa interdependência entre elas. Deste número, cerca de 60% da
comercialização dos produtos do xaxim passa pelas mãos de um único
distribuidor, entretanto este não define preço. Os atacadistas fornecem o
produto diretamente aos varejistas e atendem também os Estados do Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Rio de
Janeiro, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, assim como ao exterior para países
como Argentina, Uruguai, Alemanha, Estados Unidos e México. O preço médio do
vaso de xaxim para o varejista passa a ser R$ 2,00 a unidade.
5.2.2.5. Varejistas.
A
comercialização dos artefatos de xaxim ao consumidor é realizada por
estabelecimentos varejistas, pequenos, médios e grandes, integrantes da
economia formal ou informal, localizados em capitais e também em pequenas
cidades do interior. De acordo com Sindicato dos Produtores de Plantas
Ornamentais do Estado do Paraná - SINDIPLAN há no Estado do Paraná, aproximadamente
700 pontos de venda, dos quais 550 estão em Curitiba e Região Metropolitana.
São eles, supermercados, lojas de decoração, floriculturas, tendas de
feirantes, barracas de beira de estrada, orquidários, casas agropecuárias, até
os próprios fabricantes e distribuidores de xaxim e outros estabelecimentos. É
importante citar que a diversidade e informalidade do mercado dificulta
qualquer levantamento de dados quantitativos quanto a de varejistas e
consumidores.
5.2.2.6. Consumidores.
Homens
e mulheres de todas as classes sociais, seja para uso próprio ou não, são os
principais compradores do comércio varejista de xaxim. Mas não só eles. Também
compram artefatos de xaxim para decorar os seus estabelecimentos ou para
suporte de plantas, as empresas públicas e privadas, decoradores, jardineiros,
construtoras, orquidófilos, floriculturas e outros.
O
xaxim é um produto bastante popular. Pode-se encontrá-lo nas cidades -
pequenas, médias ou grandes - em lares de famílias de diversas classes sociais,
e sem restrições, também se encontra suportando plantas decorativas e naturais
em clubes, restaurantes, bancos, galerias, shoppings, aeroportos, lojas,
prédios públicos, comerciais e residenciais. Saindo fora das cidades, também se
encontra no campo, em chácaras, sítios e fazendas. Este consumo generalizado do
xaxim pode ser entendido pela sua praticidade e eficiência no suporte e
nutrição das plantas aliado à sua durabilidade, leveza, rusticidade, e ainda e
talvez mais importante, o preço acessível.
Vale
salientar que em pesquisa de campo feita, os comerciantes entrevistados foram
unânimes em afirmar que o xaxim é um produto que não ‘’encalha” nas
prateleiras, sua saída é constante e ainda com picos extras de venda nas datas
festivas como dia das mães, páscoa, natal e final do ano. E, além disso, é um
produto que alavanca as vendas de plantas ornamentais, vasos de suporte e
outros. Nas lojas, um vaso de xaxim estocado sob cobertura, protegido contra
chuva permanece em bom estado durante pelo menos 4 meses.
No
caso específico do vaso de xaxim, em comparação a possíveis produtos
substitutos, como o vaso de cerâmica e vaso de fibra de côco, apresenta algumas
vantagens comerciais, saber:
·
Possui propriedades químicas desejáveis à
planta, como presença em abundância de Nitrogênio, que é elemento essencial
para qualquer vegetal;
·
Maior rusticidade e praticidade;
·
Não quebra com a queda e /ou choque mecânico;
·
Preço mais baixo.
·
Produto não- perecível.
5.3.
CANAL DE COMERCIALIZAÇÃO
O canal de comercialização
pode ser conceituado como o caminho pelo qual o produto percorre desde sua
produção até o consumidor final, tornando um importante ponto de análise MENDES
(1994). O xaxim é um produto não perecível, o que demanda um simples sistema de
distribuição. Em função do grau de concentração, percebe-se que o canal de
comercialização é do xaxim bem simples.
Quadro II. Canal de Comercialização do Xaxim no Estado do
Paraná
Fonte:
Pesquisa a campo, janeiro 2002.
45%
5.4.
PREÇOS MÉDIOS DO VASO DE XAXIM.
Supermercados
Para melhor compreensão,
usa-se como exemplo uma área com 1.000 plantas e sua equivalência em vasos,
desprezando os demais artefatos. A tabela IX apresenta os preços médios
trabalhados ao longo da cadeia produtiva.
Tabela IX. Preços médios trabalhados ao longo da cadeia
produtiva. Período de Referência: Janeiro 2002.
|
FLORESTA |
EXTRAÇÃO |
FÁBRICA |
ATACADISTA |
VAREJISTA |
ATIVIDADE |
Proprietário vende 1.000 plantas
ou 1.000 troncos na mata |
Retirada dos troncos e
transporte até a fábrica |
Produção dos artefatos –
vasos, estacas, placas e pó |
Compra da fábrica e vende
ao Varejo. Embala, rotula e transporta até o ponto de venda |
Compra do atacadista e
vende ao consumidor |
UNIDADE UTILIZADA |
1.000 plantas ou
determinada área de plantas |
200 m3 de troncos |
10 mil vasos + estacas,
placas e quilos de pó |
10 mil vasos + estacas,
placas e quilos de pó |
10 mil vasos + estacas,
placas e quilos de pó |
VALOR
DA VENDA |
R$ 1.000,00 (U$ 400,00) |
R$ 2.000,00 (U$ 800,00) |
R$ 5.000,00 (U$ 2.000,00) |
R$ 20.000,00 (U$ 8.000,00) |
R$ 36.000,00 (U$14.400,00) |
VALOR
DE UM VASO |
R$ 0,10 (U$ 0,05) |
R$ 0,20 (U$0,10) |
R$ 0,80 (U$0,32) |
R$ 2,00 (U$ 0,80) |
R$ 3,60 (R$1,44) |
Fonte:
Pesquisa de campo. U$ 1,00 = R$ 2,50, janeiro de 2002.
Ou
seja a ilegalidade é um fato. O Instituto Ambiental do Paraná controla e
fiscaliza com certo rigor a atividade realizando periodicamente “blitz” nas fábricas,
logo, houve pouco ou nenhum interesse por parte dos produtores em fornecer
dados confiáveis, temendo represalias 1*. Para assegurar a obtenção
dos dados necessários, foi procurado eliminar este obstáculos, demonstrando
claramente a seriedade do propósito científico e a importância dos estudos ao
futuro da a própria atividade. Atentando a estes obstáculos foram consultados
varejistas e atacadistas, ou seja, a outra ponta da cadeia, a fim de cruzar
informações e dados para disponibilizá-los de forma confiável no presente
trabalho. Pelos motivos ressaltados acima, não houve conveniência na divulgação
das pessoas que, gentilmente cederam as informações. Claro está que, os valores
apresentados retratam a realidade da exploração do xaxim em 2002, porém informações
mais precisas exigiriam um trabalho maior e que envolveriam várias instituições
governamentais de pesquisa.
5.5.
MARGENS
DE COMERCIALIZAÇÃO
5.5.1.
Margem
Bruta
Para base de cálculos, posteriores conclusões e comparações, foram
padronizados os valores monetários médios, pagos no Estado do Paraná por
um vaso do Tipo K ao longo da cadeia. Assim tem-se:
Tabela X: Margem Bruta da comercialização de vasos de xaxim.
Preços (R$) |
Margem (%) |
Part
(%) do proprietário |
||||||
Proprietário |
“ Fábrica |
Atacado |
Consumidor |
Proprietário |
Atacado |
Varejo |
Total |
|
0,20 |
0,80 |
2,00 |
3,60 |
17,00 |
34,00 |
45,00 |
78,00 |
5,00 |
Fonte:
Pesquisa de Campo janeiro de 2002.
A tabela acima mostra claramente que ao longo da cadeia o
proprietário das terras fica com uma margem muito baixa sendo o menos
beneficiado com os benefícios gerados da extração. Neste ponto vale ainda salientar
que, além de ficar com uma pequena parcela da lucratividade do atividade, o
proprietário sofre com todos os danos ambientais na área, e perde a cada
extração, os recursos naturais da atividade ou seja a matéria-prima, sendo que
não há plantio de xaxim e muito menos cultivo da planta. Muito provavelmente a
tabela mostre a razão pela qual nenhum extrator de xaxim possui alguma
propriedade, sendo a extração de xaxim a principal fonte de renda. Logo
conclui-se que não é economicamente viável possuir propriedade rural somente para extrair xaxim
5.5.2.
Markup
de Comercialização.
Para base de cálculos, posteriores conclusões e comparações foram
padronizados os valores monetários médios no Estado do Paraná pagos, por um
vaso do Tipo K ao longo da cadeia. Assim tem-se:
Tabela XI: Markup da comercialização do xaxim.
Preços |
Markup (%) |
||||||
Proprietário |
Fábrica |
Atacado |
Consumidor |
Fábrica |
Atacado |
Varejo |
Total |
0,20 |
0,80 |
2,00 |
3,60 |
300 |
150 |
80 |
1700 |
Fonte:
Pesquisa de Campo janeiro de 2002.
Seguindo a definição de markup,
percebe-se um incremento do preço ao longo da cadeia. Sendo o principal agente
de aumento do preço a fábrica, 300%, sobre preço de aquisição de matéria prima do
proprietário, assume todos os custos com a extração e transporte das toras,
confecção, padronização, e embalagem dos vasos e demais artefatos de xaxim.
Entretanto a análise dos custos de produção não foi o objetivo deste trabalho.
Os atacadistas ficam responsáveis
com 150% de reajuste na compra e venda dos produto e os varejistas com 80%.
Vale ressaltar que os atacadistas possuem custos relativos a fretes
(distribuição), o que de certa forma justificaria um markup maior.
5.6.
ASPECTOS MACROECONÔMICOS DA ATIVIDADE.
5.6.1.
Importância da atividade aos municípios produtores de xaxim.
Analisando
o aspectos macroeconômicos da atividade
temas a Tabela XII, abaixo, mostra a composição do PIB de todos os municípios
produtores de artefatos de xaxim.
Tabela XII. Composição do PIB dos Municípios. Ano: 1998.
Valores em milhões de reais a R$ 1,00.
MUNICÍPIOS
PRODUTORES |
Setores
da Economia |
Valores
correntes R$1,00 de 1998 |
PIB
A PREÇOS DE MERCADO |
||
Agropecuária |
Indústria |
Serviços |
|||
BITURUNA |
22,7 |
200,4 |
397,3 |
620,5 |
606,7 |
CLEVELANDIA |
17,9 |
179,8 |
336,7 |
534,6 |
525,0 |
CRUZ
MACHADO |
30,6 |
158.0 |
419,9 |
608,6 |
590,7 |
GENERAL
CARNEIRO |
32,0 |
236.0 |
507,0 |
775,1 |
754,4 |
GUARAPUAVA |
100,0 |
1.930,4 |
3.350,7 |
5.381,1 |
5.288,6 |
INACIO
MARTINS |
34,4 |
193,5 |
482,4 |
710,4 |
688,4 |
MALLET |
8,2 |
302,5 |
404,0 |
714,8 |
709,5 |
PALMAS |
38,2 |
46,5 |
82,4 |
167,1 |
175,7 |
PAULA
FREITAS |
15,3 |
77,9 |
208,0 |
301,2 |
291,3 |
PORTO
VITORIA |
7,2 |
58,6 |
119,3 |
185,2 |
181,1 |
SÃO
MATEUS DO SUL |
45,0 |
868,3 |
1.139,9 |
2.053 |
2.035,9 |
UNIAO
DA VITORIA |
11,1 |
854,3 |
993,2 |
1.858 |
1.856,0 |
TOTAL
|
324,9 |
5.060,2 |
8.358,86 |
13.744 |
13.527,5 |
A economia dos municípios é composta por atividades em
vários setores. Para construção da Tabela XII, foram extraídos dados e
concentrados os totais em três setores que compõem o Produto Interno Bruto. Ou
seja: Indústria, Serviços e Agropecuária. Percebe-se que o setor de Serviços é
responsável em primeiro lugar pela composição do PIB, seguido pela Indústria e
Agropecuária. Através destes dados pode-se analisar que tais municípios possuem
pouca aptidão agrícola. Isto está relacionado principalmente ao relevo da
região sendo fortemente ondulado, e pelo mesmo motivo se dá ainda, a presença
de grandes áreas cobertas com florestas. Portanto justifica - se também o
porquê da concentração da atividade exploratória do xaxim encontrar-se
concentrada naquela região, visto a abrangência da ocorrência do vegetal no
Estado do Paraná.
De acordo com SANTOS et al.(2000), os preços de comercialização a
nível de atacado atingem R$ 2,00. Segundo os mesmos autores, tem-se os volumes
produzidos por município e assim por:
R = Q x P
Onde;
R= receita.
Q= quantidade.
P= preço.
Com
cada metro linear é possível confeccionar em média 5 vasos, tendo 2 quilogramas
de pó como subproduto direto. Para esta base de cálculo não foram considerados
os produtos palitos e estacas, pois são produtos de menor importância. Assim
tem-se,
Para cada metro linear de
tora de xaxim:
¨
5 vasos tipo K a
R$ 2,00** a unidade R$ 10,00
¨
2 Kg de pó a R$ 0,50** o kg R$ 1,00
Total R$ 11,00
**Valor real de
comercialização de janeiro/2002
A
Tabela XIII, apresenta em valores reais as receitas geradas pela
comercialização de artefatos de xaxim nos municípios produtores por metro
linear extraído. Para tanto foram considerados os volumes produzidos de
artefatos de xaxim. E posteriormente a Tabela XIV, apresenta a importância da
atividade exploratória do xaxim por município em comparação aos seus
respectivos valores a preços de mercado de seus Produtos Interno Bruto - PIBs.
Tabela XIII. Receitas
Totais dos municípios geradas pela comercialização dos artefatos de xaxim a
preços de atacado. Valores de Janeiro de 2002.
|
Municípios
|
Número de fábricas |
Produção/mês
(metros lineares) |
Valor real de
comercialização de um metro linear de xaxim. (R$) |
Receita Real
(R$) |
1 |
BITURUNA |
4 |
6.800 |
11,00 |
74.800,00 |
2 |
CLEVELANDIA |
5 |
9.200 |
101.200,00 |
|
3 |
CRUZ
MACHADO |
3 |
4.500 |
49.500,00 |
|
4 |
GENERAL
CARNEIRO |
3 |
4.000 |
44.000,00 |
|
5 |
INÁCIO
MARTINS |
3 |
4.200 |
46.200,00 |
|
6 |
JANDAIA
DO SUL |
2 |
1.500 |
16.500,00 |
|
7 |
PALMAS |
3 |
3.800 |
41.800,00 |
|
8 |
PAULA
FREITAS |
3 |
3.300 |
36.300,00 |
|
9 |
PINHÃO |
4 |
4.700 |
51.700,00 |
|
10 |
PORTO
VITÓRIA |
3 |
3.800 |
41.800,00 |
|
11 |
SÃO
MATEUS |
2 |
2.000 |
22.000,00 |
|
12 |
UNIÃO
DA VITÓRIA |
4 |
5.600 |
61.600,00 |
|
|
TOTAL |
39 |
53.400 |
587.400,00 |
Fonte: Consulta direta com os
fabricantes e atacadistas.
Tabela XIV. Importância da atividade
exploratória do xaxim no Setor da Indústria Extrativa e de Transformação e no
PIB e dos municípios produtores.
MUNICÍPIOS PRODUTORES
|
Receita Real com Extração do Xaxim (R$) |
PIB
a preço de mercado por município 1998 Em milhões de Reais. |
Razão de Importância (%) |
BITURUNA |
74.800,00 |
606.7 |
0,012 |
CLEVELANDIA |
101.200,00 |
525.0 |
0,019 |
CRUZ MACHADO |
49.500,00 |
590.7 |
0,008 |
GENERAL CARNEIRO |
44.000,00 |
754.4 |
0,006 |
INÁCIO MARTINS |
16.500,00 |
688.4 |
0,002 |
MALLET |
41.800,00 |
709.5 |
0,006 |
PALMAS |
36.300,00 |
175.7 |
0,021 |
PAULA FREITAS |
51.700,00 |
291.3 |
0,018 |
PINHÃO |
46.200,00 |
5.288.0 |
0,001 |
PORTO VITORIA |
41.800,00 |
181.1 |
0,023 |
SÃO MATEUS DO SUL |
22.000,00 |
2.035.9 |
0,001 |
UNIÃO DA VITORIA |
61.600,00 |
1.856.0 |
0,003 |
Total
|
587.400,00 |
13.527.5 |
0,004 |
Fonte: Pesquisa a campo ,Janeiro de 2002.
Percebe-se
que a geração de renda da cadeia em seus municípios onde estão localizadas as
unidades produtoras é insignificante ao PIBs individuais de cada município. A
maior participação no setor industrial se dá no município de Porto Vitória e a
menor nos municípios de Pinhão e São Mateus do Sul. Esta cenário proposto em
relação ao produto de cada município, indica que os impactos sociais sobre a
sociedade é pequeno, pois caso haja algum tipo de intervenção governamental na
atividade seus impactos serão proporcionais ao nível de importância da
atividade perante a economia de cada localidade.
5.6.2. Geração
de Empregos.
A
cadeia produtiva do xaxim disponibiliza postos de trabalho diretos e indiretos.
Na presente análise interessam os diretos, visto que a partir do atacado a comercialização
do xaxim, torna-se parte, ou seja, um item a mais de venda, e não o único. Nos
pontos de venda ao consumidor os artefatos de xaxim são apenas itens.
Cada fábrica emprega de 10 a 15 funcionários, variando conforme o
tamanho do estabelecimento. Dados precisos da quantidade de empregos gerados em
toda cadeia não existem, entretanto o número varia também de acordo com a
demanda pelo produto e a época do ano (meses de dezembro e janeiro a demanda é
menor). Assim toda a cadeia emprega no Estado do Paraná entre 390 a 580
empregados diretamente, entre extração e fábricas. Os atacadistas não
comercializam somente artefatos de xaxim sendo que este não é o principal
produto de venda. Ele agrega valor a venda e contribui na distribuição de
custos da operação principalmente, na participação dos custos de transporte.
Para o setor extrativista do xaxim, não há políticas
macroeconômicas que de alguma forma crie ou propicie, através de incentivos
fiscais por exemplo, o desenvolvimento do setor gerando mais renda e emprego. O
motivo principal está nos aspectos legislativos da atividade, que serão
abordados a seguir.
5.7.
Sustentabilidade da Atividade e Aspectos da
Legislação.
O
xaxim é uma atividade exploratória que, pelo proposto utiliza irracionalmente
os recursos das Florestas da Mata Atlântica e das Araucárias. Apesar de não
existir histórico que possa comprovar o comportamento da demanda nos últimos
anos por artefatos de xaxim, informações adquiridas junto a atacadistas e varejistas, permitem estima-se
que a mesma tenha permanecido constante. Entretando, apesar de não haver dados
precisos de inventário sobre o xaxim, e baseando-se nas mesmas fontes citadas a
cima, a disponibilidade da matéria-prima à confecção dos produtos manufaturados
decresce, sendo esta falta já sentida
no campo. Isto sugere a intervenção estatal, através dos seus órgãos
ambientais, pelos simples fato de que como não há, por parte dos agentes da
cadeia conhecimento dos danos ambientais presentes e futuros decorrentes da
extração esperando-se ainda que não haverá ações vindas dos mesmos para que o
cenário futuro tome outro rumo se não a extinção completa da atividade em curto
ou médio prazos.
A utilização de um recurso de uma forma geral, no
processo produtivo trás custos privados como qualquer atividade econômica. Em
se tratando de um bem econômico pertencente a floresta, por fim comum a todos,
há custos adicionais denominados custos sociais ambientais, que podem ser
caracterizados como as externalidades, ou seja as conseqüências observadas com
a extração de um recurso renovável, sendo elas ecológicas ou não.
A conservação das áreas detentoras de recursos naturais
(estoque de recursos), envolve o seu uso atual e futuro, custos e benefícios
presentes e futuros. Isto mostra um problema da utilização e alocação
intertemporal dos recursos (presente e futuro). Tal alocação se daria através
da maximização de utilidade com a inclusão dos conceitos do procedimento de
desconto dos valores presentes e futuros ambientais, determinando-se assim um
uso ótimo ou taxa ótima de extração e do custo oportunidade. Este último provém
da melhor oportunidade ou a melhor decisão não escolhida. Em se tratando de
meio ambiente há uma clara dificuldade de dimensionamento do custo de
oportunidade, pois a informação sobre as conseqüências futuras dos danos
ambientais sobre o ecossistema, decorrentes da extração do vegetal, assim como
suas externalidades são incompletas, provocando uma dificuldade de prover
cientificamente a seqüência de efeitos de determinada decisão e quantificar o
valor dessa decisão. (CLEMENTE, 1993). Esta análise possui, como já visto, uma
estreita relação com a atividade exploratória do xaxim. Toda esta análise vem
embasar em teoria o conceito de sustentabilidade que vem a ser exatamente o
melhor uso atual dos recursos disponíveis em detrimento de seu uso futuro
causando o mínimo de diferença quantitativa e principalmente qualitativa neste
universo intertemporal (PEARCE, 1995).
Uma das grandes questões que estão
atreladas a extração do xaxim é justamente o que concerne a sustentabilidade e
que por sua vez, está intimamente ligado com os aspectos da legislação da
atividade.
Apesar da pesquisa não oferecer informações mais precisas da velocidade de crescimento do xaxim,
assim como das condições em que ela ocorre (condições edafoclimáticas), há um
claro cenário pessimista quanto ao
desenvolvimento do vegetal: que ele seja lento. Isto já se reflete na oferta, pois as áreas onde se extrai
o vegetal estão cada vez mais distantes das fábricas, segundo os próprios
fabricantes.
De acordo com a Portaria no 113 do Ibama, de 29/12/95,
qualquer atividade comercial, onde a matéria prima utilizada seja um bem da
floresta deve estar associada a um plano de manejo, justamente para que se
assegure a perenidade da matéria prima, e que os impactos ambientais da
atividade sejam amenizados. No Estado do Paraná há ainda a Ordem de Serviço no
47/92 expedida pelo Ibama, que disciplina o uso do xaxim através da exigência
do plano de manejo, entretanto, isto não ocorre, pelo simples fato de que:
1o)
os fabricantes de artefatos de xaxim, “os maiores interessados” não são
proprietários das terras onde extraem a matéria prima, portanto não há como
exigir que eles o façam. Inclusive, o Decreto no 1940/96, que regulamenta
a reposição florestal obrigatória no Estado do Paraná, não é cumprido
pelo mesmo motivo. Logo pressupõe a breve extinção da atividade.
2o)
faltam dados sobre velocidade de crescimento e condições para tal e
principalmente populacional, o que torna muito difícil regulamentar com
eficiência um plano de manejo – Inventário Florestal.
Durante o processo de extração nos
habitats naturais praticamente não há plantio das ponteiras dos troncos retirados
e a condução da rebrota de touças remanescentes, portanto mostra a
despreocupação com perpetuação da atividade, sendo ela essencialmente
extrativista.
Todo o transporte de produtos vegetais, entre eles o xaxim, é
regulamentado pela Portaria no 139 do Ibama, de 05/06/92. Ela
estabelece o corte/extração de um número compatível com o volume presente na
floresta. Porém, como estabelecer parâmetros se são desconhecidas as mesmas
informações citadas no parágrafo logo acima.
A definição de políticas macroeconômicas para o setor
torna-se muito difícil, pois o incentivo ao desenvolvimento da atividade
promoveria a aceleração do processo de extinção da mesma e consequentemente os
danos a fauna e flora que são bens comuns ao uso presente e futuro. Mesmo porquê
seria muito mais interessante, sob o aspecto ambiental, uma ação muito mais
eficaz do estado no que tange as consequências da exploração, visto a
importância da comercialização de artefatos de xaxim para os municípios
envolvidos.
Entre
as fábricas, não há diferenciação dos produtos oferecidos aos atacadistas,
tanto em nível de produto em si, quanto em relação a sua embalagem. Assim não
há influência, deste aspecto na curva de demanda, determinando um grau nulo de
diferenciação do produto.
No
Estado do Paraná a comercialização é concentrada em 39 fábricas e poucos
compradores (atacadistas). Somente 8 atacadistas atendem todo o Estado, sendo
que apenas um deles detém 60% do mercado, comprando cerca de 32.000 metros
lineares e o restante fica com os demais compradores que assumem
aproximadamente partes iguais do mercado. O que caracteriza a possibilidade de
um oligopólio, a nível de atacado.
O
modelo de mercado do xaxim mostra-se oligopolista, tanto sob o aspecto fabril,
como de atacado. Já a atividade varejista, aproxima-se de uma concorrência
monopolista. Em função disto, a cadeia produtiva do xaxim é uma cadeia
simplificada (concentrada), ou seja,
com poucos agentes participantes em todos os níveis, com exceção, é
claro, do varejo.
Observando
os dados das tabelas III, IV e V, no que tange aos municípios produtores de
artefatos de xaxim, verifica-se que não são os mesmos. Isto se dá devido a
quatro aspectos:
a)
o município onde se extrai
nem sempre é o mesmo onde se localizam as indústrias de transformação;
b)
ilegalidade de alguma parte
da extração ou corte;
c)
falta de controle oficial;
d) próprios ajustes de mercado com relação à demanda e
oferta.
Os
volumes contabilizados nas fontes citadas também diferem, pelos mesmos motivos.
SANTOS
et al. (2000) apresentam um volume aproximado
muito superior ao que é totalizado no presente trabalho. Já os dados fornecidos
pelao Departamento de Economia Rural – DERAL da Secretaria Estadual de
Agricultura e Abastecimento – SEAB são menores, porém também elevados. Apesar
do número de estabelecimentos cadastrados no Instituto Ambiental do Paraná –
IAP não ter se alterado, houve uma redução significativa em metros lineares
extraídos. Esta redução do volume se deve a dois fatores principais, a saber:
a)
provavelmente estejam somados
volumes provenientes dos municípios extratores do Estado de Santa de Catarina e
que foram comercializados (estocados) nos estabelecimentos sediados no Estado
do Paraná – os volumes extraídos no Estado de Santa Catarina são superiores,
pois são mais de 34 fábricas operando e a área de ocorrência é muito maior,
segundo estudos não concluídos dos órgãos daquele estado;
b)
pela redução da oferta de matéria prima em função da própria atividade
econômica. Apesar da escassez de dados há uma clara tendência mesmo de redução
de sua disponibilidade.
Porém
pela falta de controle e fiscalização, não há como afirmar o quanto a queda de
volume apresentado neste trabalho advém da falta de produto nas florestas.
A cadeia produtiva do xaxim é organizada e funcional. Por mês são
extraídos, em média, 53.400 metros lineares de toras de xaxim, o que representa
um total aproximado de 26.000 plantas. Nela participam 39 fábricas, 8
atacadistas e aproximadamente 700 pontos de venda dentro do Estado do Paraná.
Quanto a representatividade da atividade exploratória do xaxim,
gera empregos e renda, mas não tem significativa importância na composição do
Produto Interno Bruto Total e Setorial, dos municípios produtores, gerando em
sua totalidade R$ 587.400,00 / mês (Valores de janeiro/2002), o que permite
realizar o índice de percentual do total do PIB dos municípios envolvidos no
processo.
A extração do xaxim como atividade econômica merece algumas
análises gerais. Em primeiro lugar durante a elaboração do presente trabalho
houve uma grande dificuldade de obtenção de dados, pois mesmo não sendo o
objetivo do trabalho, boa parte da comercialização do xaxim é irregular, o que
torna o contato com as fontes de informação (extratores e atacadistas) uma
longa e paciente espera por uma oportunidade de contato e obtenção de
informações confiáveis.
Nos últimos anos os extratores sofreram pesadas penalidades
ambientais, o que quase já comprometeu a própria atividade. Os extratores
possuem a autorização do Instituto Ambiental do Paraná – IAP, para poder
transportar os produtos, porém não há documentação legal para retirada dos
produtos das matas (a última foi expedida em julho de 2000), logo a atividade
torna-se por si só ilegal.
Outro fato interessante é que nenhum extrator é
proprietário de qualquer área, e nem mesmo expressa a vontade de tentar
cultivar a planta como reserva de mercado futuro. E ainda, segundo os próprios
extratores a dificuldade de encontrar indivíduos com bom tamanho é cada vez
maior. E ainda são raros os casos de extratores, que manifestam qualquer
interesse ou simples preocupação com o futuro, o que leva a pensar que: não
havendo mais a Dicksonia, tais extratores irão em busca de outras espécies que apresentem
algum valor econômico de interesse.
Com relação aos aspectos da
legislação, fica claro que ela não é eficiente, além de não ser cumprida; não
por si só, mas principalmente pela falta de respaldo científico, que lhe
ofereceria parâmetros de extração e por consequência o uso de todo PFNM.
Diante do cenário verificado, ou
seja, de uma atividade essencialmente extrativista, constata-se clara
possibilidade do esgotamento do xaxim nas florestas do Estado do Paraná. Se
concreto, isto implicaria no aniquilamento por completo de descobertas de novas
potencialidades de uso do vegetal (remédios, alimentos), mesmo aquelas já
descobertas pela ciência.
Apesar da pouca importância econômica de sua exploração, por hora
há pouco ou nenhum interesse por parte das instituições governamentais em mudar
os aspectos da exploração, que, atualmente, são insustentáveis, conforme
sugerido no presente trabalho.
A pesquisa se faz necessária para que se consiga, em tempo hábil,
tomar decisões que venham de alguma forma proteger e, porque não, racionalizar
o seu uso e seus possíveis benefícios, ainda que pouco conhecidos. Assegurar a
sua utilização pela própria natureza, e pelas futuras gerações, é a certeza de
preservação / interação da natureza e todos os seres vivos/humanos que a
compõe.
7. ANEXO I – Legislação.
Neste
anexo segue uma coletânea da legislação relacionada a diversos aspectos da
exploração do xaxim.
·
Lei nº
4.771, 15/09/65 Código Florestal busca promover a conservação e manejo
sustentável dos recursos naturais renováveis. Em conseqüência tem sido
instituídos ao longo dos anos, instrumento legais disciplinando o uso de
espécies nativas.
·
Portaria
nº 122-P, 19/03/85 estabelece que a coleta, a comercialização e o transporte
de plantas ornamentais, medicinais, aromáticas ou tóxicas, oriundas da floresta
nativa, dependem de autorização do Ibama. Esta portaria estabelece ainda que,
plantas ameaçadas de extinção, conforme a
·
Portaria
37 N, 1992, “Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de
Extinção”, somente poderão ter autorização de coleta por parte do Ibama, para
fins científicos.
·
Portaria
nº 139, 05/06/92 estabelece que o transporte de produtos florestais de origem
nativo, entre eles o xaxim, é autorizado mediante a concessão pelo Ibama da ATPF-Autorização
para Transporte de Produto Florestal. Essa ATPF é fornecida apenas aos
detentores de Autorização de desmate, exploração, manejo e planos de corte, em
número compatível com o volume do desmate/corte autorizado.
·
Portaria
nº 44-N, 06/04/93 regulamenta a ATPF, e autoriza também o transporte do xaxim
e seus artefatos na fase de saída da indústria, através de carimbo padronizado.
·
Portaria
nº 113, 29/12/95 -- que tem como objetivo disciplinar a exploração das
florestas primitivas e demais formas de vegetação arbórea nas regiões Sul,
Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, estabelece no Art 1º que a exploração das
florestas, que tenha como objetivo principal a obtenção econômica de produtos
florestais somente será permitida através do manejo florestal sustentável.
Ainda de acordo com esta Portaria o manejo só deve ser permitido através de
Plano de Manejo Florestal Sustentável PMFS.
·
Decreto-Presidencial
nº 750, 19/02/93 e sua subsequente regulamentação, estabelece que o órgão estadual
de meio-ambiente competente pode autorizar a exploração de espécies nativas, de
acordo com critérios técnicos estabelecidos.
Dessa
forma a preocupação com a exploração irracional do xaxim levou a adoção de
medidas legais nos Estados que constituem na principal região de ocorrência
natural dessa espécie.
·
Assim, no
Rio Grande do Sul a Lei Estadual de Nº 9 519, 21/01/92 Código Florestal do
Estado, proíbe a coleta, industrialização, o comércio e o transporte do xaxim.
No Estado do Paraná foi instituída pela própria Superintendência Estadual do
Ibama, a Ordem de Serviço de Nº 47/92 disciplinando o uso do xaxim através da
exigência de Plano de Manejo.
·
No Estado
de Santa Catarina a Portaria Interministerial Nº 1, 04,06/96 estabelece que,
além dos Princípios Gerais e dos Fundamentos Técnicos estabelecidos no art 2º
da Portaria nº 113, 29/12/95, o Plano de Manejo Florestal Sustentável
objetivando a exploração do xaxim deve obedecer aos seguintes critérios: I
exploração limitada a 30% dos indivíduos adultos, cujos diâmetros sejam
superiores a 30cm, medidos a 80cm do solo; II plantio das ponteiras dos
exemplares explorados em adição a obrigatória condução da rebrota de touça
remanescente.
·
No Estado
do Paraná o Decreto no 1940/96, regulamenta a reposição florestal
obrigatória no Estado do Paraná o SERFLOR.
8.
Anexo
II – Lista de Fotografias.
Figura
4. Troncos de xaxim extraídos da floresta e estocadas ao ar livre.
Figura
5. Corte inicial longitudinal do tronco de xaxim para a confecção do vaso.
Figura
6. Retirada das bordas do vaso (falhas) para padronização do tamanho.
Figura
7. Vaso recebendo acabamento. Retirada do caule.
Figura
8. Vaso recebendo acabamento final. Correção de imperfeições.
Figura
9. Vasos de xaxim armazenados, separados por tipo.
Figura
10. Vasos de xaxim armazenados, separados por tipo.
Figura
11. Vasos de xaxim sendo embalados para comercialização.
Figura
12. Palitos de xaxim estocados para transporte.
Figura
13. Placas de xaxim estocadas para transporte.
Figura
14. Restos de toras não utilizadas à confecção dos vasos e que serão usados na
produção do pó.
Figura
15. Pó de xaxim estocado.
Figura
16. Caminhão sendo carregado com pó de xaxim.
Figura 17. Corte transversal de um vaso de xaxim
ainda apresentado caule (parte central mais clara).
Figura
18. Operário retirando o caule do vaso.
Figura
19. Caules de xaxim para uso farmacêutico.
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