Aproveitamento da fibra de coco para substituir o xaxim

Xaxim é o nome vulgar de uma grande samambaia (Samambaia-açu - "açu" em Tupi é "grande"), cujo nome científico é Dicksonia Sellowiana e que pode alcançar 10 metros de altura, como uma palmeira; era abundante na Serra do Mar, do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, habitando os locais bem húmidos. Verdadeiro fóssil vivo das florestas pré-históricas. Há outras grandes samambaias no Brasil e no mundo. Contudo, essa espécie atualmente encontra-se em risco de extinção, a ponto de a extração e exploração comercial da samambaia-açu, estar proibida em todo o território nacional através da Resolução Conama 278/1 de 24 de maio de 2001.

Por essa razão, todo material que possa substituir o uso dessa espécie é mais do que bem-vindo, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico.

Já foi descoberto que as cascas de coco além de servirem como adubo orgânico, prestam-se bem para fabricação  vasos, em substituição ao tradicional xaxim.

Para se ter uma idéia do volume de cascas de coco produzido por ano no País, Philippe Jean, do Projeto Coco Verde, afirma que apenas no verão o Rio de Janeiro produz 600 toneladas do produto. "É uma das maiores fontes de resíduos sólidos e um grave problema, principalmente se levarmos em conta que as cascas de coco levam de 8 a 12 anos para se decomporem nos aterros sanitários." Apesar, porém, de dominar a técnica de modelagem de vasos para substituição do xaxim, a empresa de Jean não repassa a tecnologia, mas presta assessoria na produção de insumos para projetos paisagísticos (adubo orgânico, cobertura, etc.) e fornece a máquina para triturar as cascas, cujo preço varia de acordo com a quantidade a ser processada.  A seguir, veremos com mais detalhes, a tecnologia desenvolvida pelo projeto, visando o reaproveitamento das cascas do coco verde:

 

Projeto Coco Verde

O Projeto Coco Verde compreende um sistema cíclico, organizado em várias etapas. Cada uma delas movimenta um ou mais setores da economia com repercussões sociais, ambientais e comerciais. Esta integração acompanha a empresa em cada uma de suas ações, é o compromisso de que estamos envolvidos em uma atividade global e única, onde entendemos que esta atitude é uma obrigação empresarial e que, portanto, faz parte do nosso ciclo comercial e definem nossas premissas básicas, que são: preservação do meio ambiente, proteção da natureza e o bem estar social.

A coleta do coco verde sem água é outra ação desenvolvida pelo projeto, sendo considerada  uma antecipação das futuras determinações e legislações; as quais determinarão que cada um deve ser responsável pelo lixo gerado pelo seu negócio. Cabe lembrar que a cidade do Rio de Janeiro tem um consumo diário médio (inverno/verão) de 420 mil cocos. Cada coco gera 1,5 kg de lixo, isso acarreta 630 toneladas que são recolhidos por empresas privadas (em shoppings, etc.) e principalmente pela COMLURB, que, por ser uma empresa de limpeza pública, tem seus custos pagos pela população, isto é, quanto mais lixo produzido, mais custos, conseqüentemente, mais impostos.

O coco verde sem água é coletado e reciclado nas instalações do Projeto Coco Verde, onde são desenvolvidos produtos cuja matéria prima é o coco verde reciclado. Não se conhece o limite de produtos possíveis, e através de um processo inovador e exclusivo são produzidos, em escala industrial, mais de 100 produtos, entre os quais: vasos, placas e palitos para paisagismo, forragem, substrato, material de decoração, placas acústicas e térmicas, etc. Alguns dos produtos do coco verde reciclado substituem, com inúmeras vantagens, todos artefatos produzidos com o xaxim, que em extinção, tem sua extração regulamentada por lei. Neste caso, o Projeto Coco Verde contribui com a preservação ambiental e oferece alternativa vantajosa para vários segmentos da agricultura, indústria e comércio que tem o xaxim como componente principal ou complementar de seus produtos.

 

Fontes: Site: http://www.cocoverderj.com.br/  
            Suplemento Agrícola ( Jornal O Estado de São Paulo); 22/05/2002.