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| Kike Garcia Jornal Planta Rio, Rio de Janeiro, dezembro de 2001 A COCO VERDE, grande distribuidora de coco verde do estado, além do seu objetivo comercial, tem uma preocupação com as classes sociais que de alguma forma, necessitam de apoio para sua integração na sociedade e estruturação no mercado de trabalho. São dois projetos sociais em andamento. O primeiro auxilia ex-presidiários na sua reintegração a sociedade e ao mercado de trabalho. A empresa cede o carrinho, com equipamento e uniforme completos, sem custo para os beneficiados, que a preço de mercado hoje, valem R$ 1.500,00. A coordenação do projeto, pelo lado dos ex-presidiários é feita pelo Sr. José Maria, que os representa e a quem cabe a administração dos carrinhos. A partir daí, a COCO VERDE trata cada um deles como um de seus clientes, isto é, vende o coco e os demais produtos (copos e garrafinhas), garantindo um lucro de R$ 1,00 por coco, tornando-os responsáveis pelo seu negócio. "Trata-se de um grande incentivo aos que necessitam, nesse momento difícil da vida, que os ajude na reintegração na sociedade e ao mercado de trabalho", diz Philippe Mayer, Gerente Comercial da COCO VERDE. "É muito gratificante ver o empenho, a garra e o senso de profissionalismo de nossos companheiros." comenta José Maria, coordenador. "São sete carrinhos na rua, e isso significa que sete famílias estão sendo agraciadas com o convívio de pais, filhos e irmãos trabalhadores, que antes estavam tolhidos de sua liberdade, e que tem hoje seu próprio negócio", complementa. O outro projeto, nos mesmos moldes, contempla a Escola de Pais, iniciativa da 1ª Vara da Infância e Adolescência do Rio de Janeiro. A coordenação é feita pela Comissária de Justiça Mercedes Helena de Almeida, que auxilia a cooperativa da Escola de Pais na seleção da família que será incluída no projeto. Uma vez feita a escolha, o carrinho é fornecido pela empresa, que presta toda a assessoria e treinamento para as pessoas que irão trabalhar. "Desta forma, estamos criando oportunidades de trabalho aos pais, para que os mesmos possam, através desta renda, estruturar sua família e ter condições financeiras para o sustento da mesma.", diz Mercedes, que tem o apoio de Silvana de Oliveira Bastos, representante de uma das cinco famílias que são beneficiadas com esta parceria, "É muito bom trabalhar com o coco, as pessoas gostam e se interessam pelo nosso trabalho, me sinto mais confiante." E a COCO VERDE não para por aí, ciente de sua responsabilidade social, antecipando-se a futuras determinações e legislações, estará cuidando do lixo gerado pelo seu negócio. Cabe lembrar que a cidade do Rio de Janeiro tem um consumo diário médio (inverno/verão) de 420 mil cocos. Cada coco gera 1,5 kg de lixo, isso acarreta 630 toneladas de lixo que são recolhidos por empresas privadas (em shoppings) e principalmente pela COMLURB, que, por ser uma empresa de limpeza pública, tem seus custos pagos pela população, isto é, quanto mais lixo produzido, mais custos, conseqüentemente, mais impostos. Além do recolhimento, a COCO VERDE estará reciclando este material e produzindo em escala industrial: vasos, placas para paisagismo, forragem, substrato, material de decoração, placas acústicas e térmicas; tudo isso com a "casca" do coco verde (patente requerida em 2001). Os vasos e placas estarão substituindo com inúmeras vantagens o xaxim, que quase extinto, tem sua extração proibida por lei. A forragem e o substrato substituirão os produtos com a mesma função, hoje extrativados. "Isto significa o início de uma linha de mais de 100 produtos ecologicamente e socialmente corretos, capaz de movimentar um ciclo de produção e reciclagem sem precedentes na industria", diz Mayer. O processo industrial envolve maquinário, como prensas, estufas, secadoras e embaladoras. Estas máquinas, que por sua vez estariam consumindo energia elétrica, foram projetadas para consumir gás. A princípio, o consumo se dará na ordem de 1.200 kg/mês de gás, o que acarretará uma economia inicial na ordem de 16.000 KW, com estimativa de 4 a 5 meses de atividade, chegar a 8.000 kg/mês, economizando até 106.000 KW. O exemplo da COCO VERDE é um daqueles que deve ser seguido. Cada empresa e cada empresário deve repensar seus mercados. Com certeza, na maioria deles, existe a possibilidade de acoplar uma ação social que não onere e sim traga benefícios e novos horizontes aos seus negócios.
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